Por diversas vezes já demonstramos aqui a nossa preocupação com a sustentabilidade do planeta, em especial, sobre a relação das ações humana com a escassez da água – uma preocupação constante e séria por parte dos países mais desenvolvidos.
Essa dúvida de que ainda não sabemos até quando podemos contar com a água potável para beber e realizar nossas atividades de higiene está fazendo com que as pessoas encontrem formas alternativas de tentar reaproveitar a água, seja na indústria, quanto nas nossas casas. A criatividade do bem é tanta que uma forma alternativa de reaproveitamento da água se dá, também, com a água que cai do céu, ou seja, reaproveitar a água da chuva para o uso rotineiro.
O perigo da falta de água
Pensando em como reaproveitar a água da chuva, em tempos em que as grandes cidades já estão enfrentando o medo das torneiras secas nas residências, independente da classe social, um paulista, técnico agropecuário, tem utilizado seus conhecidos para desenvolver novas alternativas que visem reaproveitar esta água.
Também, em tempos em que vivemos a influência do El Niño – principalmente na região Sul, onde as chuvas se tornaram mais intensas entre o final de 2015 e o início de 2016, esse excesso da chuva só vem para contribuir se soubermos como reaproveitar a água da chuva.
Invenções do bem
Pensando em como reaproveitar esta água, que não basta apenas colocar um balde no quintal ou em cima da sua casa e ficar esperando que ele encha com a chuva (isso é até possível, mas lembre-se apenas que esse seu balde não conterá apenas água da chuva, mas muita sujeira como folhas e tudo mais que podem ser levados com o vento). O técnico agropecuário Edison Urbano, criou uma espécie de minicisterna, que é capaz de acumular até 200 litros de água. A melhor parte é que o investimento para implantar o sistema não varia mais do que R$ 150 e R$300, podendo até mesmo gerar uma economia de até 50% na conta de água.
O sonho dele é que mais pessoas possam adotar a ideia em suas casas, preservando algumas fontes de água para a grande São Paulo, como é o caso da Cantareira, que desde 2014 vem enfrentando dificuldades para fornecer água para o estado mais populoso do Brasil. Para isso, ele busca uma forma de compartilhar a ideia, assim como, uma maneira que facilite e ensine para que qualquer pessoa possa implantar a minicisterna em suas residências.
Como funciona uma cisterna?
Para entender e tentar colocar a minicisterna, primeiramente é preciso entender como funciona uma cisterna em si.
Este tipo de tecnologia, que já é amplamente usada em regiões com chuvas escassas e semiáridos do Brasil, serviu de inspiração para a obra de Urbano. O sistema consiste numa espécie de recipiente, que quando coberto por placas de cimento e ligado à calha dos telhados das residências, com a utilização de tubos, começa a armazenar a água da chuva.
De acordo com um levantamento da ASA (Articulação Semiárido Brasileiro), entidade responsável por implantar este tipo de sistema com o apoio do Governo Federal, já existem mais de 630 mil cisternas na região do semiárido, que soma algumas cidades de estados como Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe e o norte do estado de Minas Gerais.
Para que as cisternas sejam implantadas em todas as residências, o Ministério do Desenvolvimento Social entrega para cada família uma quantia de R$ 1.600 como incentivo para a implantação da tecnologia nas residências. De acordo com o órgão, as cisternas contam com a capacidade de 16 mil litros de água, suprindo dessa forma, a necessidade de consumo de uma família com cinco pessoas, por exemplo, em períodos de estiagem que pode cobrir até 8 meses.
Lembrando que, para as famílias que vivem na região do semiárido, é impossível alterar essa realidade. Além de que, algumas cidades da região Sudeste também estão enfrentando essa crise da escassez do líquido potável em suas residências. Por isso, alternativas que permitam armazenar a água da chuva são mais do que bem-vindas.
É preciso também, que as pessoas criem a consciência de que a água potável não é eterna e aprender e desenvolver novas formas que ajudem a amenizar este consumo se fazem muito mais do que importante.