Quando temos em nossa residência ou no condomínio em que moramos bons reservatórios de água, que nos fornecem a quantidade necessária para nosso consumo, nunca nos preocupamos com sua origem ou mesmo não nos voltamos para os cuidados que devemos ter com esses reservatórios.
Essa água que consumimos passa por um longo processo de tratamento antes de chegar para nosso uso e consumo e, dessa forma, os reservatórios devem ser cuidados para que sua qualidade permaneça igual àquela que saiu das estações de tratamento.
Como é feito o tratamento da água antes de chegar aos reservatórios
Estações de tratamento de água, também conhecidas como ETAs, são verdadeiras fábricas para a produção de água potável. A maior parte dos municípios brasileiros é obrigada a fazer o tratamento de água antes de colocá-las nas redes de abastecimento, para que possam chegar aos reservatórios residenciais, comerciais e industriais.
Cada estação de tratamento deve ser construída de forma a tratar a quantidade de água necessária para a rede de abastecimento, exigindo sempre novas ampliações para acompanhar o aumento da população.
O tratamento convencional de água é dividido em diversas fases, cada uma deles precisando de um sistema rígido de controle de dosagem de produtos químicos, acompanhando os padrões de qualidade exigidos pela Vigilância Sanitária.
Conheça as etapas de tratamento de água, praticados antes de chegarem aos reservatórios:
1. Pré-cloração
Na primeira etapa é adicionado o cloro, logo que a água a ser tratada chega à estação de tratamento. Essa etapa é importante para facilitar a retirada de matéria orgânica presente na água, além dos metais que ela carrega.
2. Pré-alcalinização
Após a adição de cloro, a água recebe cal ou soda, que servem para ajustar o pH aos valores exigidos nas fases seguintes de tratamento. O índice pH indica a acidez da água, que pode chegar mais carregada à estação. O consumo humano exige água com pH entre 6,0 e 9,5. Abaixo de 7, a água é ácida e, acima disso, é alcalina.
3. Coagulação
Na coagulação é adicionado sulfato de alumínio, cloreto férrico ou outro coagulante, agitando-se sem seguida a água para que as partículas de sujeira fiquem eletricamente desestabilizadas e mais fáceis de agregar, criando a coagulação.
4. Floculação
Depois da coagulação, faz-se uma mistura lenta da água, servindo para provocar a formação de flocos com as partículas agregadas na fase anterior.
5. Decantação
O processo seguinte é a decantação, quando a água possa por tanques maiores, onde se separa os flocos de sujeira formados nas etapas anteriores.
6. Filtração
Depois da decantação, toda a água atravessa tanques formados por pedras, areia e carvão antracito, que são os responsáveis pela retenção da sujeira que sobrou da fase de decantação.
7. Pós-alcalinização
Após o procedimento de filtração, é feita nova correção de pH para evitar a corrosão ou incrustação nas tubulações.
8. Desinfecção
Uma última adição de cloro é feita na água antes de sua saída da estação de tratamento para a rede de fornecimento. Essa desinfecção garante a qualidade da água fornecida, sem a presença de bactérias ou vírus, para o consumo humano.
A desinfecção da água com cloro é uma das técnicas mais antigas de tratamento e, desde que passou a ser aplicada, trouxe grande queda no índice de mortalidade infantil e de redução das doenças provocadas por água contaminada.
9. Fluoretação
Ao sair da estação de tratamento, a água recebe o flúor, substância que ajuda a prevenir as cáries e manter a saúde dentária.
Uso da água com consciência
Mesmo que tenhamos à nossa disposição os reservatórios de água, devemos nos conscientizar de que a água é um bem precioso, que deve ser consumido de maneira racional.
Entre os cuidados diários que devemos tomar com o uso racional da água de nossos reservatórios, é preciso prestar atenção nos seguintes:
- Não usar água dos reservatórios para lavagem de calçadas e veículos;
- Fechar a torneira ao escovar os dentes;
- Tomar banhos mais curtos, ensaboando o corpo antes de ligar o chuveiro;
- Acabar com vazamentos em residências, condomínios e empresas;
- Tratar água das piscinas de forma correta para evitar a troca de água;
- Comunicar qualquer vazamento de água na rede de fornecimento;
- Antes de lavar roupas, juntar uma boa quantidade;
- Ajudar a combater a poluição dos rios não jogando lixo nas ruas e em córregos, não jogar óleo de cozinha no encanamento e evitar o entupimento de bueiros.
Com os cuidados necessários, é possível ter sempre água de qualidade nos reservatórios, na quantidade exigida para o consumo humano que, como sabemos, deve ser parcimonioso.