Os números não enganam. O crescimento de consumo de água mineral no Brasil vem ocorrendo há diversos anos, num percentual médio de 10% a cada ano, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Águas Minerais, a Abinam. Embora a água fornecida pelo sistema público de abastecimento não seja ruim, atendendo às necessidades de consumo, as pessoas confiam mais na água mineral.
Nos últimos anos, o segmento de águas minerais vem registrando crescimento, passando de cerca de 1,5 bilhão de litros em 1995, saltando para 5,6 bilhões em 2005 e chegando a 6,8 bilhões de litros em 2007. Hoje, esse número ultrapassa 8 bilhões de litros ao ano. Na distribuição, os números apresentam 35 empresas respondendo por 50% de toda a produção nacional.
Outros dados que apontam o crescimento do setor de água mineral são a receita e as concessões de lavra. A receita arrecadada pelo Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), órgão vinculado ao Ministério de Minas e Energia que, apenas por compensação financeira decorrente da exploração de recursos minerais, arrecadou R$ 857 milhões em 2008, um aumento de aproximadamente 50% em relação a 2007. Esse número já passa de R$ 900 milhões.
Com relação às concessões de lavra de água mineral, em 1995, o Brasil tinha 319, número que passa de 800 em 2015.
O Brasil em quarto lugar na exploração de água mineral
A Associação Internacional de Águas Engarrafadas apresenta dados indicando que o Brasil, atualmente, o quarto lugar no ranking mundial de produtos de água mineral, consumindo mais água engarrafada do que países como a Alemanha, Itália, Espanha e França, ficando atrás dos Estados Unidos e México, países que apresentam uma média de 8,5% de crescimento ao ano, e da China, que tem crescimento de 17,5% ao ano de demanda interna.
No mundo todo, a taxa média de crescimento de consumo de água mineral é de 7,6% ao ano. Os últimos dados apontam que consome-se anualmente 250 bilhões de litros de água mineral, num mercado que chega a faturar mais de 120 bilhões de dólares ao ano.
Com relação ao faturamento, é preciso ainda destacar que a água mineral brasileira é uma das mais baratas do mundo, o que faz a bebida superar a venda de refrigerantes.
Água mineral para todos os gostos
Nos últimos anos, o crescimento do mercado também ajudou na expansão da oferta e da variedade de água mineral. O consumidor, antes, só tinha a opção de comprar água mineral gaseificada e natural, podendo atualmente encontrar água mineral saborizada, numa mistura de mineral com refrigerante.
Algumas marcas brasileiras também começaram a investir no mercado mais restrito, para pessoas de maior poder aquisitivo, como a água Bling H20. A empresa faz o tratamento da água mineral diversas vezes antes do envasamento, em garrafas com formatos especiais.
O plástico, um problema para os produtores de água mineral
O setor de água mineral, no entanto, enfrenta também problemas e um dos mais significativos é o plástico produzido para a fabricação de garrafas. O plástico é derivado do petróleo e do gás natural e esses recursos não são renováveis. Somente a fabricação de garrafas PET para água mineral consome cerca de 1,5 milhão de toneladas de plástico.
Em nosso país, a produção de garrafas para água mineral representa apenas 0,003% do material plástico utilizado e, de acordo com a Abinam, o mercado nacional, por si só, recolhe pelo menos 55% das garrafas PET vendidas. Além disso, 60% do mercado de água mineral é de produto vendido em galões de 10 e 20 litros, que são retornáveis, ajudando a reduzir a poluição.